Marketing, Marketing Digital

Consumidora da febre mundial Labubu

O que o Labubu nos ensina sobre criar fenômenos culturais

Imagine um boneco de aparência peculiar, dentes afiados, olhos curiosos e um sorriso que mistura charme e travessura. Agora imagine que esse monstrinho, criado há quase uma década, saiu do universo dos livros infantis para se tornar um símbolo de desejo global. Parece improvável? Pois foi exatamente isso que aconteceu com o Labubu.

A ascensão desse personagem é mais do que uma história sobre brinquedos colecionáveis, é uma verdadeira aula de branding, cultura pop e marketing emocional. O sucesso do Labubu prova que, quando criatividade e estratégia caminham lado a lado, até o mais improvável dos personagens pode conquistar corações ao redor do mundo.

Neste case de sucesso, vamos explorar como o Labubu se transformou em um fenômeno cultural. Você vai descobrir o poder das narrativas bem construídas, o impacto das parcerias certas e o valor de entender o comportamento do consumidor de forma profunda e autêntica.

O nascimento de um ícone pop: de livros infantis ao estrelato global

A mente criativa por trás do personagem

Tudo começou com Kasing Lung, um artista visual de Hong Kong que sempre teve fascínio por contos folclóricos e figuras excêntricas. Inspirado por elementos da cultura nórdica, ele criou o Labubu como uma figura encantadora, e um pouco assustadora, que apareceu inicialmente em suas obras literárias para crianças. Mas, desde o início, havia algo especial na criatura.

Mesmo sem intenção comercial clara, o Labubu já chamava atenção por onde passava. O traço único e a personalidade do monstrinho criavam identificação instantânea com o público. Era diferente, original e ao mesmo tempo familiar. E como toda boa criação artística, gerava conexão emocional, ingrediente essencial para o sucesso em qualquer mercado.

Com o tempo, o potencial do personagem se tornou evidente. Mas o pulo do gato viria anos depois, quando arte e mercado se encontraram. Kasing Lung não criou apenas um personagem; ele deu vida a um universo rico, onde o estranho é belo e o esquisito, irresistivelmente encantador.

O papel do storytelling na construção do universo Labubu

O que diferencia o Labubu de outros brinquedos colecionáveis é a história que o acompanha. Desde o início, Kasing Lung fez questão de inserir o personagem em tramas e cenários que lembram fábulas contemporâneas. Esse universo, cheio de elementos mágicos e personagens secundários igualmente carismáticos, transformou o boneco em um embaixador da imaginação.

Mais do que um brinquedo, o Labubu é uma narrativa ambulante. Cada edição, cada variação do boneco, carrega consigo uma micro-história, uma aventura, uma emoção, uma metáfora. Isso cria um elo afetivo com o público, fazendo com que os colecionadores se sintam parte de algo maior. Afinal, ninguém quer apenas comprar; todos querem pertencer.

Além disso, o storytelling agrega valor. Mesmo versões simples do Labubu ganham um status elevado por causa do contexto simbólico em que estão inseridas. Ou seja, o personagem se tornou uma peça de arte pop que comunica, emociona e inspira, e isso é ouro puro para qualquer marca.

Como a cultura visual ajudou a criar uma identidade única

Desde suas primeiras aparições, o Labubu sempre teve uma estética marcante. Cores suaves, texturas que remetem a desenhos manuais e expressões faciais sutis criaram um estilo visual muito próprio. Essa assinatura estética é um dos principais fatores que permitiram ao personagem se destacar em um mercado saturado de imagens repetidas.

O design do Labubu é facilmente reconhecível, mesmo entre milhares de produtos. Isso acontece porque cada detalhe, dos dentes pontiagudos ao olhar sagaz, foi pensado para causar uma reação imediata. E quando algo é tão visualmente impactante, ele não apenas chama atenção: ele fica na memória.

Além do mais, vivemos na era das imagens. Redes sociais como Instagram e TikTok funcionam como vitrines visuais, e o Labubu, com sua estética cuidadosamente planejada, tornou-se praticamente um “pet de bolso” para influenciadores. Em pouco tempo, ele passou a estampar bolsas, prateleiras e stories de milhares de pessoas, sem precisar dizer uma só palavra.

A virada de chave com a Pop Mart e a febre das caixas-surpresa

Estratégias de marketing que geram desejo e escassez

Quando a Pop Mart entrou na jogada, tudo mudou. A empresa chinesa, especialista em transformar personagens underground em febres globais, viu no Labubu um diamante bruto. A partir de 2019, o monstrinho ganhou vida nova como estrela de uma linha de brinquedos colecionáveis em vinil. A virada estratégica foi clara: posicionar o Labubu não como um simples brinquedo, mas como item de desejo.

A principal jogada da Pop Mart foi aplicar conceitos clássicos do marketing, como escassez, exclusividade e mistério, em um formato contemporâneo: as blind boxes. A ideia de não saber qual versão você está comprando cria uma tensão deliciosa entre expectativa e surpresa. Essa ansiedade controlada, somada ao risco de receber uma peça repetida, gera um impulso de compra contínuo.

Com isso, o desejo de “completar a coleção” ou encontrar aquela edição rara se torna quase uma missão pessoal para os fãs. E quanto mais difícil de achar, maior o valor percebido. A escassez se torna argumento de venda, transformando cada Labubu em um pequeno tesouro em potencial.

Como as blind boxes transformaram o consumo em experiência

Comprar um Labubu não é só adquirir um produto. É participar de um ritual. A experiência começa no momento em que o consumidor escolhe a caixa, sem saber o que há dentro, e culmina na emoção de abrir e descobrir sua nova peça. Esse elemento surpresa, semelhante ao de um “unboxing de presente”, transforma o ato de consumo em entretenimento.

Além disso, o formato das blind boxes ativa mecanismos psicológicos semelhantes aos de jogos de azar. O consumidor sente que pode “ganhar” ao encontrar uma versão rara ou exclusiva, o que o estimula a comprar mais caixas. No entanto, como tudo é feito com um produto de valor simbólico alto, a experiência é percebida como divertida, e não como manipulação.

Outro ponto importante é o aspecto social da compra. As pessoas começaram a compartilhar suas aberturas de caixas nas redes, a trocar peças entre si e até formar grupos de colecionadores. Isso cria uma comunidade em torno da marca, algo extremamente valioso no branding atual, onde as marcas que mais crescem são aquelas que conseguem criar pertencimento.

O poder do colecionismo como impulsionador de vendas

O colecionismo não é apenas um hobby; é uma força de mercado. Quando bem explorado, ele cria um ciclo de consumo muito mais longo e engajado. Com o Labubu, a Pop Mart conseguiu transformar o ato de colecionar em uma verdadeira maratona, onde cada nova coleção é um novo capítulo de uma história já amada.

Além disso, o valor das peças aumenta com o tempo. Algumas edições limitadas chegam a ser revendidas por valores muito acima do original, criando um mercado paralelo que reforça a percepção de valor. Isso faz com que o produto não seja apenas algo bonito de se ter, mas um investimento, ainda que emocional.

Não por acaso, as vendas se multiplicaram exponencialmente. O colecionismo, quando bem trabalhado, não apenas fideliza o público, mas o transforma em promotor da marca. Afinal, cada novo “Labubu” não é apenas mais um item, mas mais uma emoção colecionada.

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Celebridades como embaixadoras não oficiais: influência e desejo

Quando moda e brinquedos se encontram nas passarelas

Foi só uma questão de tempo até o Labubu sair das prateleiras de colecionadores e invadir o universo fashion. Celebridades como Lisa (BLACKPINK), Rihanna e Dua Lipa começaram a aparecer em eventos e redes sociais com o monstrinho pendurado em bolsas de grife ou decorando seus ambientes. De repente, o que era “fofo e estranho” se tornou tendência.

Essa fusão entre o lúdico e o fashion não acontece por acaso. Ela reforça a identidade multifacetada do Labubu, que consegue transitar entre diferentes tribos e estilos. Em um cenário em que moda também comunica personalidade, o monstrinho virou símbolo de ousadia e estilo próprio. Ele virou acessório, mascote e até objeto de desejo, tudo ao mesmo tempo.

E o mais interessante: o produto continuava sendo o mesmo. A mudança de percepção aconteceu pelo contexto em que ele foi inserido. Estar nas mãos certas, no momento certo, fez o Labubu transcender sua função original. Essa é uma das estratégias mais inteligentes (e eficazes) de posicionamento de marca da atualidade.

O impacto da validação de celebridades na percepção de valor

A presença de celebridades com o Labubu não foi patrocinada oficialmente, e talvez esse seja justamente o segredo. Quando um artista é visto com um produto de forma espontânea, o público interpreta aquilo como uma escolha genuína. Isso cria um tipo de validação mais forte do que qualquer campanha paga.

A lógica é simples: se pessoas influentes, que poderiam ter qualquer acessório do mundo, escolhem esse item específico, então ele deve ter algo de especial. Esse tipo de chancela informal dispara um gatilho de desejo poderoso no consumidor, especialmente nas gerações mais jovens, que valorizam autenticidade e exclusividade.

Além disso, o efeito cascata é inevitável. Influenciadores digitais, aspirantes a celebridade e fãs logo seguem o exemplo, amplificando o alcance da marca de forma orgânica. O Labubu passou a circular em diferentes esferas sociais, consolidando-se como um item pop e aspiracional, tudo sem precisar de um centavo em mídia tradicional.

Como microinfluenciadores amplificaram o alcance no Brasil

Enquanto as celebridades globais pavimentavam o caminho, os microinfluenciadores deram o empurrão final. No Brasil, nomes como Camila Loures impulsionaram a tendência ao mostrar seus próprios Labubus nas redes. Com audiências altamente engajadas, esses criadores têm um poder de influência surpreendente.

Diferente das grandes estrelas, os microinfluenciadores estabelecem uma relação mais próxima com seus seguidores. Quando eles compartilham suas experiências com o Labubu, a recomendação soa mais como uma dica de amigo do que como uma ação publicitária. Isso gera confiança e, claro, vendas.

Além disso, o Brasil tem uma cultura muito ativa de personalização e exibição de objetos afetivos. O Labubu caiu como uma luva nesse cenário. A comunidade local rapidamente se apropriou do personagem, criando memes, vídeos de unboxing e até fanarts. Isso expandiu ainda mais o alcance e consolidou o monstrinho como fenômeno também por aqui.

Lições de branding e engajamento para marcas brasileiras

Criação de desejo através do mistério e da exclusividade

O sucesso do Labubu nos mostra que, muitas vezes, o que atrai não é o que está à vista, mas o que está oculto. O mistério, quando bem utilizado, é uma poderosa ferramenta de marketing. E foi exatamente isso que a estratégia das blind boxes fez: ao esconder o produto final, ela transformou a simples compra em uma experiência de descoberta.

Marcas brasileiras podem aprender muito com isso. Em vez de entregar tudo de forma direta, por que não criar campanhas que provoquem curiosidade? Lançamentos surpresa, edições limitadas e narrativas que se revelam aos poucos são recursos que estimulam o engajamento de forma natural. O desejo cresce com a expectativa.

Outro ponto importante é a exclusividade. Não estamos falando de inacessibilidade, mas sim de algo que parece único, feito para poucos. Isso desperta o instinto de pertencimento e diferencia quem consome. Quando bem dosada, a exclusividade não afasta, atrai.

Por que o design é peça-chave na construção de produtos icônicos

O Labubu não seria o mesmo sem seu visual marcante. O design é, muitas vezes, a porta de entrada para o encantamento com um produto. Ele comunica antes mesmo das palavras, estabelece conexões emocionais e transmite valores de marca de forma silenciosa, mas poderosa.

Para as marcas brasileiras, investir em design autoral, autêntico e memorável pode ser o divisor de águas. Não se trata apenas de ser bonito, mas de ter personalidade visual. Uma embalagem que chama atenção, um mascote inusitado ou um layout inesperado têm o poder de fixar sua marca na mente do consumidor.

Além disso, o design bem-feito é compartilhável. Em tempos de redes sociais, isso significa visibilidade gratuita. Produtos com apelo visual forte se tornam protagonistas de fotos, vídeos e postagens espontâneas. E cada compartilhamento é uma nova porta de entrada para sua marca.

O que sua marca pode aprender com o sucesso do Labubu

Acima de tudo, o Labubu ensina que marcas fortes são aquelas que constroem universos. Não basta ter um bom produto, é preciso ter uma história envolvente, uma estética própria e um propósito que conecte. O monstrinho travesso é mais do que um boneco: ele é um símbolo de criatividade, ousadia e pertencimento.

Outra lição importante é a coragem de sair do óbvio. O Labubu não foi criado para agradar a todos, mas encontrou seu público de forma genuína. Marcas que buscam agradar todo mundo acabam não encantando ninguém. Por isso, encontrar sua essência e comunicá-la com clareza é o caminho mais seguro para conquistar relevância.

Por fim, fica o convite: como sua marca pode transformar um simples produto em um fenômeno cultural? A resposta passa por estratégia, emoção e, claro, uma boa dose de originalidade.

Conclusão

O case do Labubu prova que, com criatividade, estratégia e um bom storytelling, até um monstrinho desconhecido pode se tornar uma sensação global. Ele mostra que marcas bem construídas não surgem do acaso, mas de decisões inteligentes, ousadia estética e conexão real com o público.

Para empreendedores brasileiros, essa história é mais do que inspiração, é um mapa. A boa notícia é que você não precisa seguir esse caminho sozinho. A AnonMedia está aqui para ajudar marcas como a sua a construírem narrativas fortes, posicionamentos relevantes e ações de marketing que realmente engajam.

Se você quer transformar o seu negócio em um verdadeiro fenômeno, conte com a nossa equipe. Da criação da identidade até campanhas que viralizam, fazemos cada passo com estratégia, propósito e criatividade.



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Com licenciatura em Inglês, a Mikallen é redatora em dois idiomas e também Analista de Marketing e Publicidade. Ama Friends e não perde um episódio de The Office na hora do almoço.

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